Carlos Feijó : “Administração pública angolana não está preparada para tratamento de dados pessoais “ A administração pública e a protecção de dados pessoais estão interligadas, especialmente em contextos em que o governo ou as entidades governamentais tratam de informações pessoais dos cidadãos, destacou o académico Carlos Feijó, durante o seminário internacional realizado pela APD, na ENAPP. De acordo com Carlos Feijó, docente universitário, a mesma administração pública que maior volume de informações pessoais trata, é ela que menor preparo tem em matérias de classificação da informação e atribuição de acessos a documentos . O constitucionalista defende que a administração pública angolana deve dispor de responsáveis em matérias de segredo do Estado, bem como especialistas em protecção de dados pessoais. Durante a sua comunicação com o tema "protecção de dados pessoais como direito fundamental do cidadão”, defendeu, ainda , que é urgente a APD tornar-se numa autoridade administrativa independente , pois a sua actual forma de organização, com a figura de superintendente, indicado pelo Presidente da República, condiciona a sua actuação e limita os seus poderes”, rematou . Na eventualidade de uma empresa multada pela APD , por exemplo, interpor recurso hierárquico junto da superintendência, " receia que o actual modelo de organização administrativa não esteja preparada para ver as suas decisões anuladas por decisões judiciais, finalizou. A intervenção do académico integra o leque de comunicações enquadradas no seminário internacional sobre proteção de dados pessoais em Angola: superações de desafios e e exploração de horizontes, o qual diversas autoridades e especialistas nacionais e internacionais participaram, contribuindo para enriquecer o debate e promover a consciencialização sobre a proteção de dados no atual cenário digital. |